Era um dos grandes enigmas da democracia lusitana.
Os discursos de Manuela Ferreira Leite, de tão desconchavados, de tão "sem ter nada a ver com nada", de tão infelizes em termos de oportunidade, de tão estéreis em termos de conteúdo, de tão desfazados da realidade nacional, há muito que levantavam suspeitas.
Havia quem dissesse que se tratava de um programa informático maliciosamente oferecido por Luis Filipe Menezes, que debitava aleatoriamente palavras e pontuação para dar a ideia de que se tratava de uma peça oratória.
Outros juravam que eram obra dos netos de Ferreira Leite a jogarem ao Scrabble.
Outros ainda aventavam a hipótese de resultarem de episódios de "escrita automática" da autoria de Pacheco Pereira quando era possuído pelo espírito do Júlio Dantas.
Mas apesar de todas estas hipóteses serem plausíveis, andavam longe da verdade.
O discurso da "vitória" proferido no dia das eleições autárquicas denunciou a sua autora...
O líder de um partido que tem menos votos, menos mandatos, menos mairias absolutas, que tem um ex-lider e ex-primeiro ministro e ex-futuro presidente da república que perde para a Câmara da capital por maioria absoluta, que perde 6 freguesias em Lisboa, que pela primeira vez na história da democracia perde a maioria das Câmaras da Região Autónoma dos Açores, que perde Câmaras tão importantes como Leiria, Barcelos, Figueira da Foz e Tavira e apenas pode apresentar como grande conquista a Câmara de Faro por 60 votos, um líder de um partido nessa condições vir dizer que a noite se saldou por uma vitória inequívoca do seu partido só pode ser líder do......... PCP!
Mas não... estava a falar daquela senhora que sofre de asfixia, a matriarca da família Adams, a Manuela Ferreira Leite!
A Fátima está em condições de revelar mais um segredo.
É que quem escreve os discursos de Manuela Ferreira Leite é... a camarada Zita Seabra!
E não perdeu a habilidade de transformar todas as derrotas em grandes vitórias, na senda do "de vitória em vitória até à derrota final!", herdadas do contacto quase epidérmico com o grande líder, o seu mentor ideológico, o seu saudoso Álvaro Cunhal.
Isto só vem provar o velho princípio de que "uma estalinista não muda de ideias, só muda de patrão".
A Fátima revela também em primeira mão um raro instantâneo da camarada, agora companheira, Zita a escrever a lista de compras para o fim de semana da Manuela Ferreira Leite.
E assim vai o país prófundo!
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